A Força do Passado – Éder Aleixo


“A Bomba de Vespasiano” como também era conhecido, fora, talvez, o último ídolo à passar por aqui. Com grande habilidade, principalmente com a perna esquerda, o meio campo fez 368 jogos com a camisa alvinegra, marcando impressionantes 122 gols. Nos tempos em que ainda vigorava o amor à camisa, Éder nunca escondia o seu time do coração: o Clube Atlético Mineiro, Galo forte e vingador. Para quem cresceu inspirado no velho Buião, mal sabia Éder que ele também viria a se tornar um craque e que marcaria a história do Atlético. Títulos? O mineiro de Vespasiano coleciona vários.

Éder Aleixo tem em sua carreira 6 campeonatos mineiros conquistados com o Atlético, além de inúmeros títulos internacionais, Torneio de Bilbao, Paris, Berna, Amsterdã, Torneio Costa do Sol, além do importante Ramón de Carranza. Éder também foi vice campeão brasileiro jogando pelo Galo, título que perdeu em 1980 no Maracanã, partida muito dramática, que terminou em 3×2 para os mandantes.

Quando se tinha uma falta no campo do adversário, seja ela na entrada da área, ou mesmo na intermediária, o arqueiro rival já se sentia ameaçado. Com seu forte chute, Éder surpreendia qualquer goleiro, era sempre presente. Aos poucos se tornava mais conhecido e despertava consequentemente o interesse de clubes pelo mundo afora. Mas Éder tinha um problema, que posteriormente atrapalharia em parte sua carreira.

Era muito explosivo. No início da década de 80, quando, cada vez mais ele crescia como atleta, vieram as tensões e problemas disciplinares. Brigava muito. Era constantemente expulso por discussões com árbitros. Chegou a ser processado 13 vezes, tendo um resultado infeliz. Em 86, quando se aproximava o mundial do México, Éder deu um soco em um jogador peruano, durante um amistoso. Soco este, que fez com que o mestre, Telê Santana, o tirasse da escalação.

Mas, tal comportamento não diminuía a grandeza do jogador. Tanto que, Elias Kalil, pai do atual presidente alvinegro, fez algo que não se vê no Atlético hoje em dia. Recusou milionárias propostas de clubes da Europa, como Sporting, Roma, Barcelona, Milan, agindo com o coração, ao dizer que nenhum outro jogador teria um chute tão forte como o dele. Estava predestinado; Éder brilharia aqui, com as cores preto e branco.

Passou por vários clubes ao longo de sua carreira, mas, em suas três passagens pelo Galo, obteve maior sucesso. Durante o mundial de 82, na Espanha, Éder viria a ter um novo apelido: Exocet, nome do míssil utilizado na Guerra das Malvinas. Era realmente, muito forte. Talvez o melhor ponta-esquerda que o mundo já viu, o “canhão mineiro” mostrava muito, muito amor à camisa.

Insatisfeito em outros clubes, nunca escondeu o desejo de sempre defender a camisa alvinegra. Aqui, chegou a ser mais desejado que os eternos ídolos Reinaldo e Cerezo. Se faltam hoje grandes ídolos e craques no Atlético, Éder foi um dos maiores. Tudo fez para o Galo; abandonou o cigarro, dedicava-se cada vez mais ao futebol e ao aprimoramento de seu chute. Era cada vez mais presente, absoluto. Foi um craque, um grande craque.

Gols olímpicos, faltas mortais, amor à camisa, gratidão e uma habilidade invejável. Coisas que não são mais vistas no futebol. Eram tempos de conquistas, de verdades, de paixão. Eram tempos de glórias. Éder Aleixo; esse sim justificava o hino do Clube Atlético Mineiro: “(…)honramos o nome de Minas, no cenário esportivo mundial(…)”

14 respostas em “A Força do Passado – Éder Aleixo

  1. Eu tive o prazer de conhecê-lo, é um cara muito legal… Como jogador, o seu texto diz tudo, é o melhor ponta esquerda que o futebol conheceu até hoje…. Eu acho que o Alexandre Kalil deveria escalar aquela seleção ATLETICANA de 1980 e fazer uma palestra com os jogadores atuais, para que eles saibam o que é amor à camisa, amor ao clube e como é que se joga um futebol bonito e eficiente…

    Um abraço!
    Thadeu

  2. Grande jogador, destes que hoje não se vê com facilidade. Pena que o Galo já não tem mais a eficiência do passado na hora de contratar novos jogadores. Parabens pelo texto.

  3. Parabéns pelo texto !!!! Eder foi realmente espetacular !!!!! Um dos maiores jogadores que ja vi jogar !!!!! O maior ponta esquerda do Mundo !!!!!! Galo sempre !!!!!!

  4. Bela homenagem a quem priorizava o Clube e nao aos “Euros”…! Quem tem teve o prazer e Privilégio de ver ele jogar chora de raiva de ver essas babas que hoje em dia vestem a camisa do Galo! Ele nao so isolou a bola pra fora do Mineirao como tambem em Classico tinha a ousadia de bater escanteio de “letra”…! Ele era o cara…

  5. hj no brasil,nao existe jogador como este,que usava o manto sagrado recusava dinheiro por amor ao time
    que ama a torcida e quer ve-la feliz,hj o futebol brasileiro é mercenario,mas na epoca de eder aleixo,as coisas eran diferenres,nao o vi jogar mas gostaria mt wque surgisse outro exemplo de jogador como ele.
    paraben eder pelo que vc foi é e sera para nos atleticanos e pelo que vc representa para a historia do glorioso CLUBE ATLETICO MINEIRO.

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