É hora de mudar


Falar que são 40 anos sem título de expressão, seja talvez um exagero. Desconhecendo os títulos do passado, que eram tidos como os mais importantes na época, alguns fazem tal afirmação. Não são quatro décadas sem títulos, mas, com certeza, a escassez é grande e duradoura. Até quando irá tal jejum de títulos alvinegros? Teremos de carregar o Atlético nas costas, enquanto os jogadores não honram o manto? É hora de mudar.

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Glórias manchadas; orgulho traído.


Ferindo o coração atleticano

Para que fazer um pós-jogo, quando o próprio time parece não ter entrado em campo? O que se viu hoje do Atlético, foi mais um exemplo que o dinheiro vai tomando conta, em detrimento do amor. 

Um time, ingenuamente influenciado pelo dinheiro, pelo material, foi facilmente derrotado por outro, desesperado, que apelou para a compra e “manipulação” de resultados. Um presidente que viu tudo de sua casa, já sabendo do então desfecho de mais um ano ridículo, que desonra cada vez mais, um passado de glórias.

Ídolos que lutaram, suaram e fizeram o impossível no passado, para que o Atlético se torna-se um time grande. Conquistas, títulos e glórias. Mal sabiam eles que em um futuro muito próximo, todo o seu esforço seria em vão. Toda a grandeza, que foi conquistada no passado, esgota-se, ano à ano, nas desastrosas e humilhantes campanhas mostradas por um time apático, enganador e mercenário.

Os jogadores que hoje vestem a camisa alvinegra, parecem negar o passado. Influenciados pelo dinheiro e pela soberba que vigora no futebol, esquecem ou simplesmente não conhecem o verdadeiro significado de vestir o manto sagrado. Sem honra, mancham, cada vez mais a nossa história. Não pedimos títulos, apesar de querê-los; não pedimos recordes, apesar de batê-los. Queremos o simples esforço de vestir e honrar o manto. Jogar com raça, pensar, que enquanto andam em campo, existem oito milhões de torcedores com o coração na mão, torcendo por um gol, pela vitória. O sentimento de amor sincero ao alvinegro, sempre existirá, mas é ferido depois de vexames mostrados dentro das quatro linhas. É uma dor incomparável, que só mesmo quem é atleticano sabe dizer. Uma paixão que sobrevive ao tempo, à escassez de títulos; mas que se vê manchada, cada vez mais.

Quando se vê jovens garotos, como Bernard e Fillipe Soutto, envolvidos em esquemas como este, sente-se a maior das decepções. Criados no Atlético, conviveram anos dentro do clube e quando têm a chance de mostrar à que vieram, curvam-se diante das cifras que lhe são oferecidas.

Fico aqui imaginando, o que se passa na cabeça de torcedores como o massagista Belmiro Oliveira, que chegou ao Atlético em 1969, tempos que ainda vigorava o amor à camisa, a paixão. Hoje, os mais velhos tentam reviver o passado; os mais novos choram, diante de mais uma decepção, que provavelmente foi a única coisa que viram nos seus anos de vida. Todos lamentam, todos imaginam um futuro melhor.

Um presidente que ainda consegue enganar alguns torcedores mais desavisados ou ingênuos. Alexandre Kalil sempre mostrou que não sabe se redimir. Sempre colocando a culpa em outros, nunca admitindo os seus erros. Desculpas e histórias que ainda convencem, infelizmente, grande parte dos atleticanos. E a realidade é mais dura ainda. Tudo se encaminha para mais 3 anos de mandato de um presidente que se recusa a aceitar o seu fracasso. Diferentemente de seu pai, Elias, nada mostrou no Atlético, somente como o futebol pode ser usado para enganar milhões de apaixonados.

Enquanto os torcedores choram, lamentam e torcem para dias melhores, temos um conselho deliberativo que vota à favor de um presidente que não sabe administrar um futebol, e sim somente dinheiro. Temos jogadores que parecem mostrar vergonha na cara, mas que abaixam-se diante dos zeros que lhe são propostos. Esperanças são colocadas em torno deles, mas em troca, o torcedor recebe apenas decepções e lamentações. 

Será que um dia o torcedor alvinegro voltará a ser feliz? Será que o amor à camisa voltará à prevalecer? Tudo que o atleticano mais quer, é raça, dignidade e competência, para levar as cores branca e preta para o topo, de onde nunca deveriam ter saído. 

Se isso irá acontecer, ninguém sabe. Sabe-se que caminhamos para um retrocesso e enquanto isso, quem sofre é o torcedor, que carrega o Atlético nas costas por 40 anos. Mas já dizia Roberto Drummond: “Enquanto houver uma camisa branca e preta, pendurada em um varal, durante uma tempestade, o Atleticano torce contra o vento”.